Atualização

Authors

  • Patrícia Ayres de Lima Saad Enfermeira Estomaterapeuta do Hospital Estadual Sumaré – SP.

Abstract

Fitas Adesivas Hipoalergênicas
As fitas adesivas são utilizadas em diversas aplicações, como fixação de curativos, cateteres, tubos, drenos e compressas, entre outros, e podem ser encontradas em várias formas no mercado. Cada qual possui características próprias, que auxiliam o profissional a fazer a escolha de acordo com a finalidade do uso, do tipo de pele do cliente, suas condições clínicas e o tempo pretendido para o adesivo permanecer aplicado. Composição dos adesivos e suas característicasOs adesivos são constituídos, basicamente, de um dorso e do adesivo nele aplicado e recebem um tratamento para que não fique aderido no próprio dorso enquanto a fita estiver enrolada. As características dos componentes irão diferenciar suas propriedades e, conseqüentemente, suas aplicações.- Características do dorsoCom relação aos tipos de dorsos, encontramos no mercado manufaturados em tecido de acetato de rayon, não tecido de poliéster, espuma, não tecido de rayon e viscose, não tecido de rayon e viscose adicionado de poliéster e o polietileno.- Dorso de acetato de rayon O adesivo com dorso de acetato de rayon assemelha-se à seda. É resistente, de fácil corte, uniforme e é ideal para uso em aplicações que exijam segurança e durabilidade da fixação, como no caso de tubos e curativos compressivos.-  Dorso de não tecido de poliéster O adesivo de não tecido de poliéster é suave para a pele, macroporoso, o que permite a troca de gases, é maleável, adaptando-se aos contornos do corpo, sendo por isso indicada para aplicação em indivíduos com peles sensíveis, como neonatos e idosos, nos curativos em locais com edema esperado e nas regiões onde há movimentação, como as articulações. Normalmente, vêm picotados para facilitar o uso, em intervalos de 5 ou 10 cm, de acordo com o fabricante.- Dorso de espuma O adesivo com dorso de espuma tem como características a elasticidade e a maleabilidade, sendo indicada para curativos compressivos ou em articulações, uma vez que não impede a movimentação do local. É fácil de cortar, porém, é necessário o uso de tesoura para obter um corte uniforme. Por ter elasticidade, deve haver o cuidado de não tracioná-la no momento da aplicação, para que não ocorram injúrias na pele, como será visto mais adiante. Outro ponto a ser observado é que estes adesivos são mais oclusivos e, se não forem usados corretamente, acabam potencializando o risco de maceração da pele no local de aplicação.- Dorso de não tecido de rayon e viscose O dorso de não tecido de rayon e viscose, presente nos adesivos microporosos, não é oclusivo, permite a troca de gases, é suave à aplicação, é indicado para curativos em geral, no entanto, é pouco resistente à tração. Possui corte fácil, mas para que o corte saia reto é necessário usar tesoura. Existe no mercado um adesivo de não tecido de rayon de viscose adicionada de poliéster, que confere à fita maior resistência e corte uniforme bidirecional, sem o auxílio de tesouras, o que facilita seu manuseio e otimiza o tempo de aplicação.- Dorso adesivo com dorso de polietileno O adesivo com dorso de polietileno é macroperfurado, não oclusivo e de fácil corte bidirecional, sem o uso de tesouras. Por ser transparente, é excelente para proporcionar curativos mais estéticos, em locais de maior exposição, como a face.- Características do adesivoCom relação aos adesivos, as indústrias vêm aperfeiçoando seus produtos para torná-los mais suaves para a pele, buscando diminuir os índices de reações alérgicas na pele dos usuários.As maiorias dos adesivos são feitos à base de acrilato, por isso, são chamados de acrílicos hipoalergênicos. Cada vez mais estão sendo produzidos por meio de processos que eliminam resíduos, como é o caso da tecnologia Hot Melt, que submete o adesivo sólido a altas temperaturas, tornando-o líquido e possibilitando a sua aplicação na fita, não envolvendo solventes no processo. Mas há alguns adesivos feitos à base de poliacrilato, uma substância muito suave à pele, aplicado como uma emulsão d’água, que também descarta o uso de solventes danosos. Escolher uma fita com adesivo a base de água envolve algumas vantagens, como a ausência de resíduos no produto final, o que diminui a contaminação ambiental com solventes oriundos das fábricas.Problemas associados com o uso de adesivosOs processos alérgicos são os problemas mais citados quando o assunto envolve adesivos. No entanto, existem várias outras causas de injúrias, que muitas vezes são confundidas com alergia. A maneira como a fita é aplicada e retirada da pele é um fator importante e que deve ser observado. Uma fita não pode ser tracionada ao ser aplicada a pele, e sim, colocada de maneira suave, e o aplicador deve fazer leve pressão com os dedos, no sentido centro-extremidades, para obter uma uniformidade na adesão. Um cuidado especial deve ser tomado quando da aplicação de uma fita mais maleável, que estica facilmente, pois se for aplicada com tensão, tenderá a retornar à sua posição inicial, provocando tensão nas extremidades, esticando a pele em contato com estas porções, causando flictenas na mesma.A maneira como o adesivo é retirado também deve ser observada. O procedimento correto a ser seguido é retirar a fita, formando um ângulo de 90º com a pele, e a pele adjacente ser sustentada pela mão da pessoa que está retirando. Se a fita estiver muito aderida à pele, pode ser aplicado óleo mineral para facilitar o descolamento da mesma, evitando injúrias, dor ou desconforto ao usuário.A maceração, causada pelo uso de adesivos muito oclusivos, é um outro problema comum que deve ser evitado, por deixar a pele suscetível a danos. Para que este problema não ocorra, estes adesivos devem ser substituídas em, no máximo, 24 horas.A irritação química, juntamente com os flictenas, pode levar o usuário a associá-los a processos alérgicos. Ela ocorre principalmente com o uso de adesivos oclusivos, aplicados sobre a pele, que continham algum produto químico, como iodo, álcool ou clorexidina. Ao remover a fita, percebe-se a injúria somente no local onde a fita estava aplicada. Para evitar esta injúria, é preciso retirar o excesso do produto onde a fita será colocada, ou deve-se esperar que o produto seque completamente.Por fim, existe a alergia, ou seja, a reação do organismo do usuário a qualquer componente da fita, quando injúria se alastra para além do local onde a fita está aplicada. Neste caso, o uso de adesivo deve ser suspenso imediatamente e outro recurso deverá ser utilizado.Considerações FinaisComo visto, o mercado fornece várias possibilidades de adesivos para uso hospitalar e, conhecer as características de cada um, é o primeiro passo para a otimização do seu uso e, conseqüentemente, auxiliar no tratamento indicado para cada indivíduo, respeitando suas condições clínicas e seu tipo de pele.

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References

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Published

2005-06-01

How to Cite

1.
Saad PA de L. Atualização. ESTIMA [Internet]. 2005 Jun. 1 [cited 2024 Mar. 29];3(2). Available from: https://www.revistaestima.com.br/estima/article/view/170

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