@article{Kamada_Faustino_Silva_Vieira_Borges_2016, title={Artigo Original 2}, volume={9}, url={https://www.revistaestima.com.br/estima/article/view/70}, abstractNote={<p><strong>Conhecimento acerca da Estomia Intestinal por Pacientes Acompanhados em um Serviço Ambulatorial de Enfermagem em Estomaterapia: Estudo Qualitativo</strong></p><div class="Resumo"><strong>Resumo</strong></div><div class="Resumo">O estudo teve como objetivo verificar o conhecimento adquirido pelas pessoas com estomia intestinal acerca dos cuidados e orientações recebidas no pré e pós-operatório. Trata-se de uma pesquisa qualitativa desenvolvida em hospital de ensino de Brasília – DF. Participaram desse estudo 15 estomizados adultos, de ambos os sexos. Os dados foram coletados mediante entrevistas semi-estruturadas. Da análise das entrevistas emergiram as seguintes categorias: conhecimento sobre a estomia, alimentação, eliminação intestinal, equipamentos coletores e adjuvantes de proteção e segurança, direitos e autocuidado. Verificou-se que as informações da amostra estudada são limitadas e algumas insuficientes. O processo educativo deve ter como principal objetivo o fornecimento de informações necessárias para o estomizado cuidar de si, a fim de reduzir seus medos, prevenir complicações, proporcionar a identificação e a eliminação de obstáculos, alcançar sua reabilitação, seu bem estar geral e melhoria da qualidade de vida. Sendo assim, é importante que haja adequado acompanhamento do estomizado nessa nova e delicada fase de sua vida, para que possa prosseguir com os cuidados necessários relativos a mudanças em sua rotina.<br /><br /></div><div class="Resumo"><strong>Descritores: </strong>Estomia. Conhecimento. Educação em saúde.</div><div class="Resumo"><strong>Abstract</strong></div><div class="Resumo">The purpose of this study was to assess the level of knowledge acquired by ostomy patients about intestinal ostomy care from the instructions provided pre-and postoperatively. This was a qualitative study conducted in a university hospital in Brasilia, DF, Brazil. Fifteen adult ostomy patients of both sexes participated in the study. Data were collected through semi-structured interviews. The following categories were identified from the content analysis of the interview transcripts: knowledge about ostomy, nutrition, bowel movements, ostomy collection appliances and other protection and safety devices, patient rights, and selfcare. The level of knowledge of the participants was limited and insufficient. The main goal of the educational process is to provide the necessary information for ostomy patients to develop self-care skills thus reducing their fear of the stoma, as well as to prevent complications, and help patients to identify and eliminate obstacles to achieve rehabilitation, and improve their well-being and quality-of-life. Therefore, adequate monitoring of ostomy patients is important during this new and delicate phase of their lives, so that these individuals can proceed with the necessary care related to changes in their activities of daily living.</div><div class="Resumo"><strong>Descriptors:</strong> Ostomy. Knowledge. Health education.</div><div class="Resumo"><strong>Resúmen</strong></div><div class="Resumo">El estudio tuvo como objetivo verificar el conocimiento adquirido por las personas con ostomía intestinal acerca de los cuidados y orientaciones recibidas en el pre y pos operatorio. Se trata de una investigación cualitativa, desarrollada en un hospital docente de Brasilia-DF. Participaron del estudio 15 ostomizados adultos de los dos sexos. Los datos fueron recolectados a través de entrevistas semi-estructuradas. Del análisis de las entrevistas se revelaron las siguientes categorías: conocimiento sobre la ostomía, alimentación, eliminación intestinal, equipos colectores y coadyuvantes para la protección y la seguridad, derechos y autocuidado. Se verificó que las informaciones de la muestra son limitadas y algunas insuficientes. El proceso educativo debe tener como objetivo principal el suministro de información necesaria para que el ostomizado pueda cuidar de sí mismo, para reducir sus temores, prevenir complicaciones y proporcionar la identificación y eliminación de los obstáculos, lograr su rehabilitación, su bienestar general y la mejora en su calidad de vida. Siendo así, es importante que haya un adecuado acompañamiento del ostomizado en esta nueva y delicada etapa de su vida para que pueda continuar con los cuidados necesarios relativos a cambios en su rutina.</div><div class="Resumo"><strong>Palabras clave:</strong> Ostomía. Conocimiento. Educación en la salud.</div><div class="Conteudo"><strong>Introdução</strong></div><div class="Conteudo">A estomia é uma comunicação artificial entre os órgãos ou vísceras e o meio externo para alimentação, drenagens e eliminações. A confecção de uma estomia intestinal é um procedimento médico cirúrgico. Considerando a origem da doença, as estomias podem ser temporárias ou definitivas. As temporárias têm por objetivo proteger uma anastomose intestinal e podem ser revertidas. Já as definitivas são indicadas geralmente em casos de câncer intestinal sem possibilidade de restabelecimento do trânsito intestinal normal<sup>1</sup>.</div><div class="Conteudo">As orientações pré-operatórias ao paciente com indicação de estomia intestinal têm por objetivo prevenir complicações e promover a reabilitação desse paciente no período pósoperatório.</div><div class="Conteudo">É importante que haja um vinculo de confiança entre enfermeiro estomaterapeuta, pacientes e familiares, com a finalidade de favorecer a compreensão da situação real de ser estomizado e adaptação ao novo estilo de vida.</div><div class="Conteudo">Nessa fase realiza-se a anamnese e o exame físico para que os diagnósticos de enfermagem sejam levantados, avaliados e implementados. Com isso se inicia o processo educativo, tendo como principais objetivos reduzir o medo e a ansiedade do estomizado2. O enfermeiro estomaterapeuta deve fornecer material educativo, demonstrar o material específico, realizar teste de sensibilidade na pele e fazer a demarcação do local onde será confeccionada a estomia<sup>3,4</sup>.</div><div class="Conteudo">Todas as informações inerentes aos cuidados com a estomia são importantes tanto para o futuro estomizado quanto para sua família devido às grandes alterações que surgirão no cotidiano de ambos.</div><div class="Conteudo">Dessa forma, ressalta-se a importância dos cuidados destinados aos pacientes na fase préoperatória mediata e imediata ao procedimento cirúrgico. As orientações devem ser reforçadas no pós-operatório a fim de se obter êxito na reabilitação deste paciente<sup>5</sup>.</div><div class="Conteudo">No pós-operatório faz-se uma abordagem técnica sobre a alimentação adequada para evitar formação de gases, a proteção da pele periestomal, a troca do equipamento coletor e a higienização da estomia<sup>6</sup>. Nessa fase, principalmente no pósoperatório tardio, as ações e intervenções de enfermagem devem estar voltadas para o autocuidado e para as atividades dos cuidadores e/ou familiares.</div><div class="Conteudo">As pessoas estomizadas devem ser estimuladas a retomar suas atividades sociais realizadas antes da cirurgia e a participar de associação ou grupos de apoio aos estomizados5.</div><div class="Conteudo">De acordo com Amorim<sup>7</sup>, na rotina dos serviços de atendimento especializados aos estomizados é observado um distanciamento do ser profissional com o ser pessoa com estomia, ignorando, por completo, a compreensão de unidade, totalidade e estrutura daquele ser naquele momento. Diante disso, torna-se pertinente dar mais atenção à pessoa com estomia, conhecendo e compreendendo-a na sua temporalidade, mediante a interpretação dos significados expressos por ela, a fim de fornecer um cuidado direcionado e completo<sup>8</sup>.</div><div class="Conteudo">Assim, este estudo teve como objetivo identificar o conhecimento adquirido pelos pacientes com estomia intestinal, em orientações recebidas no pré e pós-operatório, bem como no acompanhamento ambulatorial no serviço de enfermagem em estomaterapia do Hospital Universitário de Brasília.</div><div class="Conteudo"><strong>Método</strong></div><div class="Conteudo">Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, que utilizou a técnica de entrevista semiestruturada, com um instrumento elaborado pelos próprios autores para a coleta dos dados. O local do estudo foi um hospital de ensino de Brasília- DF. A população foi composta por pacientes com estomia intestinal provisória ou definitiva, independente do tempo de confecção, de ambos os sexos, maiores de 18 anos, atendidos em um serviço ambulatorial de enfermagem em Estomaterapia e participantes da Associação dos Ostomizados de Brasília. Estes pacientes aceitaram o convite e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O projeto teve sua aprovação pelo Comitê de Ética da Faculdade Medicina da Universidade de Brasília (CEP/FM 039/2007).</div><div class="Conteudo">Os dados foram analisados a fim de serem compreendidos e confirmarem, ou não, os pressupostos aqui descritos e ampliar o conhecimento sobre o tema pesquisado<sup>9</sup>.</div><div class="Conteudo">O método qualitativo é usado para explorar grupos ou experiências relacionadas à saúde ou à doença, assim os participantes são selecionados propositalmente devido as suas experiências com relação ao fenômeno estudado, o que traz maiores informações das vivências práticas de cada sujeito<sup>10</sup>.</div><div class="Conteudo">Após a análise das respostas obtidas por meio das entrevistas, categorias de análise foram agrupadas quanto aos seguintes aspectos: conhecimento sobre a estomia, alimentação, eliminação intestinal, uso de equipamentos coletores e adjuvantes de proteção e segurança, direitos do estomizado e atividades de autocuidado.</div><div class="Conteudo"><strong>Resultados</strong></div><div class="Conteudo">A amostra constituiu-se de 15 pacientes com estomia intestinal, sendo nove (60%) do sexo feminino. A idade variou de 19 a 75 anos, sendo a média de idade de 48,33 anos.</div><div class="Conteudo">Quanto à renda mensal, nove (60%) recebiam de 1 a 2 salários mínimos e um (6,7%) recebia mais de 10 salários mínimos. O grau de escolaridade em sete (46,7%) pacientes da amostra foi o ensino fundamental incompleto e um (6,7%) paciente possuía ensino superior completo.</div><div class="Conteudo">Entre as causas da confecção da estomia intestinal, constatamos que em 10 (73,3%) dos entrevistados foi devido ao câncer, seguidos de Tumor de Células Gigantes em dois (13,3%) casos e Doença de Crohn e Síndrome de Fournier ambos com um (6,7%) das causas. Desses, 13 (86,7%) tiveram a sua cirurgia realizada em hospital público e dois (13,3%) operaram em outros hospitais privados de Brasília.</div><div class="Conteudo">O tempo de permanência com a estomia variou entre um mês e 17 anos. A média de tempo foi de 4,33 anos. Quanto à caracterização do tipo de estomia, nove (60,0%) possuíam estomia definitiva, cinco (33,3%) possuíam estomia temporária (reversível), e um (6,7%) não soube informar.</div><div class="Conteudo">Em relação às orientações recebidas no préoperatório, oito (53,3%) dos estomizados relataram tê-las recebido da equipe de enfermagem, da equipe médica, de psicólogos e de assistentes sociais. No período pós-operatório, oito (53,3%) relataram ter recebido orientações da equipe médica, enfermeiras assistenciais, enfermeira estomaterapeuta, auxiliares de enfermagem, psicólogos e do presidente da Associação dos Ostomizados de Brasília.</div><div class="Conteudo">Destaca-se que entre os entrevistados, três (20%) dos que não receberam nenhum tipo de orientações no pré-operatório, receberam no pósoperatório. Contudo quatro (26,6%) não receberam em nenhum momento qualquer tipo de orientação de cuidados ou manejo com a estomia.</div><div class="Conteudo">A seguir serão apresentados por categorias, os dados agrupados referentes ao conhecimento especifico da condição de ser estomizado.</div><div class="Conteudo"><strong>Conhecimento sobre a estomia</strong></div><div class="Conteudo">Quando questionados acerca do que seria, para eles, a estomia, obteve-se respostas tais como:</div><div class="Conteudo">“É a bolsa”</div><div class="Conteudo">“É o estômago para fora da barriga”</div><div class="Conteudo">Essas respostas mostram a inadequação do uso da terminologia ou o desconhecimento de alguns estomizados acerca do tema, o que pode decorrer devido ao baixo grau de escolaridade, da falta de informações/orientações recebidas, ou até mesmo do desinteresse pelo assunto.</div><div class="Conteudo">Alguns estomizados responderam de forma correta, em linguagem informal, conforme se observa abaixo:</div><div class="Conteudo">“É a tripa para fora”.</div><div class="Conteudo">“Abertura”</div><div class="Conteudo">“Desvio do funcionamento do intestino”</div><div class="Conteudo">Outras respostas demonstraram o sentimento de gratidão pela estomia, por meio de uma definição de sensação em relação à mesma:</div><div class="Conteudo">“... um renascimento”</div><div class="Conteudo">“a cirurgia que salvou a minha vida”</div><div class="Conteudo">“um modo novo de vida e adaptação”</div><div class="Conteudo">“é a coisa que me livra de sentir dor”</div><div class="Conteudo"><strong>Eliminação intestinal e alimentação</strong></div><div class="Conteudo">Quando questionados acerca das características das fezes, 100% dos entrevistados afirmaram que a consistência, odor, coloração e eliminação de gases dependem do tipo de alimento ingerido, se é um alimento laxativo ou constipante, sabendo então identificar alterações quando ocorre.</div><div class="Conteudo">Os estomizados que controlam sua alimentação relataram ter obtido orientações de nutricionistas, enfermeiros e psicólogos, na reunião dos estomizados e/ou ter aprendido sozinhos com o passar do tempo. Dos entrevistados, 12 (80,0%) afirmaram saber controlar sua alimentação, dois (13,3%) não sabem fazer e um (6,7%) sabe parcialmente.</div><div class="Conteudo"><strong>Uso de equipamentos coletores e adjuvantes de proteção e segurança</strong></div><div class="Conteudo">Quanto ao uso de equipamentos coletores e adjuvantes de proteção e segurança para os cuidados da estomia e área periestoma, todos referiram fazer uso dos materiais disponibilizados na rede pública de saúde do Distrito Federal, equipamento coletor, “pó”, “pasta protetora da pele”, obturador, irrigador e filtro de carvão.</div><div class="Conteudo">O tipo de equipamento coletor preferido por todos os entrevistados é aquele que consideram ser mais confortável, mais higiênico, menos alérgeno, de maior durabilidade, de maior aderência, que previne odor e que seja drenável, o que não corresponde ao distribuído na rede pública do Distrito Federal, conforme relato dos pacientes.</div><div class="Conteudo">Quanto à frequência da troca do equipamento coletor, nenhum entrevistado soube afirmar, com precisão, o tempo de duração do dispositivo. Todos relataram sobre situações de vazamento de fezes, qualidade e resistência do material, odor, estresse, alergia e o desconforto para justificar a sua troca em menor tempo que o recomendado pelo fabricante.</div><div class="Conteudo">Nos relatos foi observado também que as técnicas de limpeza e a troca do equipamento coletor são realizadas corretamente por todos.</div><div class="Conteudo"><strong>Direitos do estomizado</strong></div><div class="Conteudo">No que diz respeito aos direitos dos estomizados, oito (53,3%) dos entrevistados conheciam seus direitos como um deficiente físico, o direito de recebimento do equipamento coletor ou do obturador, o passe livre, a prioridade em filas e no atendimento preferencial, a prioridade em casos judiciais, a compra de carro zero quilômetro com desconto de IPI (Imposto sobre Produto Industrializado), o recebimento do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e do PIS (Programa de Integração Social), a quitação da casa própria, a isenção do imposto de renda e a aposentadoria por invalidez.</div><div class="Conteudo">Além disso, é importante enfatizar que ainda é grande a parcela de entrevistados sete (46,7%) que não conhecem seus próprios direitos, ou seja, que não sabem que são amparados por leis governamentais.</div><div class="Conteudo">A maioria dos entrevistados 13 (86,7%) tinha conhecimento da existência da Associação dos Ostomizados de Brasília (AOSB).</div><div class="Conteudo"><strong>Atividades de autocuidado</strong></div><div class="Conteudo">Dos entrevistados, todos relataram realizar os cuidados com sua estomia, e 12 (80%) afirmaram realizar a troca do equipamento coletor sozinhos, o que é um ponto muito positivo para a manutenção do autocuidado e para a promoção da sua independência.</div><div class="Conteudo">Porém, três (20%) afirmaram não realizar essa troca, devido a dificuldades físicas que impedem a realização de determinados movimentos e por se tratar de uma situação muito delicada. Geralmente, delegam esta atividade a um familiar mais próximo.</div><div class="Conteudo">Cabe ressaltar que esses familiares cuidadores, relatados pelos pacientes, são sempre pessoas de sua confiança, irmã, mãe e esposa. Isso demonstra a importância da atenção e da colaboração dos familiares no cuidado com o estomizado.</div><div class="Conteudo"><strong>Discussão</strong></div><div class="Conteudo">Lidar, enfrentar e aceitar essa nova situação é uma tarefa muito árdua para muitos, pois a forma de eliminação de fezes e gases é considerada, para alguns, muito constrangedora. Esse é um dos motivos que leva o estomizado a rejeitar a sua estomia, fazendo com que ele se negue a vê-la, a autocuidar e a modificar alguns hábitos de vida <sup>2</sup>.</div><div class="Conteudo">Estudo realizado no Brasil revelou que alguns dos entrevistados conseguiam olhar para a sua estomia, outros alegaram dificuldades em olhar para si. Apesar disso, sabiam que uma das características normais do estoma é a cor vermelho vivo. No entanto, outros quesitos, brilho, formato, tamanho e pele ao redor do estoma foram deixados de lado ou descritos com termos vagos, tais como “normal” e “o de sempre” <sup>8</sup>.</div><div class="Conteudo">Os aspectos físicos da convivência com a estomia, principalmente no tocante as eliminações de fezes e gases, ocasionam alterações na imagem corporal. Essas mudanças estão diretamente relacionadas com o cuidar do próprio corpo nessa nova condição de ser estomizado<sup>2</sup>.</div><div class="Conteudo">A alimentação e eliminação são aspectos importantes no preparo do paciente recém estomizado. Este deve conhecer e selecionar os alimentos que previnem desconfortos gastrintestinais. Essas medidas são fundamentais na composição do plano de cuidados no pósoperatório com a participação de toda a equipe multiprofissional<sup>13</sup>.</div><div class="Conteudo">A assistência ao estomizado, entre outras ações de igual significância, inclui a seleção e indicação adequada de equipamentos coletores e adjuvantes específicos. Essa ação busca a reabilitação e melhoria da qualidade de vida dessas pessoas.</div><div class="Conteudo">Atualmente o mercado dispõe de produtos para adultos, crianças e recém-nascidos. São equipamentos coletores para estomias intestinais, fechadas ou drenáveis, de uma ou duas peças, placa plana ou convexa, com ou sem filtro de carvão, conjunto para irrigação de colostomia e o oclusor / obturador de estomia. Os equipamentos considerados mais sofisticados são: o espessante para efluente, as barreiras protetoras da pele, a pasta em tira, placa de convexidade, o cinto elástico ajustável e o desodorizante em gotas13. Por isso, é de se observar, que existem várias apresentações para os equipamentos coletores e adjuvantes que podem proporcionar mais segurança e conforto ao paciente com estomia, porém ainda faltam muitas evidências científicas para as melhores indicações de uso<sup>14</sup>.</div><div class="Conteudo">Em relação aos direitos dos estomizados é importante que todos os pacientes e profissionais de saúde tenham conhecimento acerca da portaria de n° 400/2009, do Ministério da Saúde/Secretaria de Atenção à Saúde. Essa Portaria garante às pessoas estomizadas atenção integral à saúde por meio de intervenções especializadas de natureza interdisciplinar. Isto depende da formação e qualificação dos profissionais, incluindo prescrição, fornecimento e adequação de equipamentos coletores e adjuvantes de proteção e segurança.</div><div class="Conteudo">Além disto, estabelece que esta atenção à saúde da pessoa com estomia, quer seja intestinal, urinária ou respiratória tenha uma estrutura especializada, com área física adequada e recursos materiais específicos<sup>11</sup>.</div><div class="Conteudo">O papel das associações de classe é importante para o estomizado, pois organizam atividades que visam suprir as deficiências e a inexistência de recursos, sejam materiais ou assistenciais, iniciadas ainda no hospital, buscando a mobilização para vencer os obstáculos impostos pela sua atual situação. A Associação dos Ostomizados é também um espaço onde os estomizados buscam diversos tipos de recursos: materiais e informações técnicas para o autocuidado<sup>15</sup>.</div><div class="Conteudo">Acerca das atividades de autocuidado, algumas das dificuldades em cuidar da estomia são relatadas em artigos de experiência prática de enfermeiros que assistem pacientes estomizados.</div><div class="Conteudo">Como observado no presente estudo, essas dificuldades podem ser devido às condições físicas e funcionais do paciente, alterações de coordenação motora, fraqueza, diminuição da acuidade visual entre outras e, também, relacionadas com a presença de outras comorbidades que podem afetar diretamente as condições do paciente com estomia para exercer de forma efetiva seu autocuidado<sup>16</sup>.</div><div class="Conteudo"><strong>Conclusão</strong></div><div class="Conteudo">A experiência vivenciada no serviço de assistência direta a pacientes com estomia intestinal, seus familiares e cuidadores, durante este estudo, permitiu o conhecimento das orientações/ informações recebidas por estes acerca dos cuidados com sua estomia, fornecidas pelos profissionais da saúde. Entre elas, podemos citar: a necessidade de confecção de sua estomia, os cuidados realizados, a alimentação adequada, os direitos dos estomizados, os equipamentos coletores e adjuvantes de proteção e segurança disponíveis no mercado e a existência da Associação dos Ostomizados de Brasília.</div><div class="Conteudo">É importante que haja adequado acompanhamento do estomizado nessa nova e delicada fase de sua vida para que possa prosseguir com os cuidados necessários relativos a uma série de mudanças em sua rotina.</div><div class="Conteudo">Graças ao seu papel de educador no ambiente hospitalar, o enfermeiro estomaterapeuta revela-se um importante personagem no atendimento ao estomizado. O processo educativo, iniciado pelo estabelecimento do vínculo enfermeiro-paciente, deve ter como principal objetivo o fornecimento de informações necessárias para o autocuidado do estomizado, a fim de reduzir seus medos, prevenir complicações pósoperatórias, proporcionar a identificação e a eliminação de obstáculos, alcançar sua reabilitação, seu bem estar geral a fim de melhorar sua qualidade de vida.</div><div class="Conteudo">Sendo assim, conclui-se que é necessário dar mais atenção às pessoas com estomias intestinais, principalmente durante o período pré e pósoperatório, o que cabe não só à equipe de enfermagem, mas a toda equipe multiprofissional, uma vez que a assistência a este público ainda é cercada de dúvidas e dificuldades.</div>}, number={4}, journal={Estima – Brazilian Journal of Enterostomal Therapy}, author={Kamada, Ivone and Faustino, Andréa Mathes and Silva, Ana Lúcia da and Vieira, Ana Beatriz Duarte and Borges, Camila Tejo}, year={2016}, month={Mar.} }